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05/03/2023 às 10h12min - Atualizada em 05/03/2023 às 10h12min

Veja efeitos colaterais possíveis da vacina bivalente contra Covid

História por ANA BOTTALLO - Folha de S.Paulo
https://www.msn.com
Reprodução vídeo YouTuBe
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A vacina bivalente contra Covid passou a ser aplicada no Brasil na última segunda (27). Formulada com a variante original de Wuhan e com a da ômicron, que é predominante no mundo, a versão atualizada da Pfizer apresentou em estudos maior capacidade protetora contra infecções, hospitalizações e óbitos.
 

Em estudos clínicos em todo o mundo, a vacina se mostrou segura e eficaz.

Nos Estados Unidos, segundo dados do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), com mais de 22 milhões de doses aplicadas, os efeitos colaterais reportados por cerca de 211 mil pessoas (ou 1% dos imunizados) foram em geral leves a moderados, com desaparecimento em até 24 horas.

Ainda de acordo com dados do CDC, a vacina atualizada foi 48% eficaz contra infecções causadas pela XBB/XBB.1.5, subvariantes da ômicron, (contra 52% para a BA.5) em pessoas de 18 a 49 anos.

Já naqueles indivíduos mais velhos, com 50 a 64 anos, a prevenção foi de 40% contra XBB/XBB.1.5 (43% contra BA.5) e de 43% em pessoas com 65 anos ou mais (contra 37% para a BA.5).

Especialistas argumentam que as vacinas monovalentes ainda têm uma alta eficácia de proteção contra hospitalizações e óbitos, principalmente em indivíduos mais jovens, mas que o reforço com a bivalente é importante para as pessoas mais velhas, principalmente aquelas com 70 anos ou mais, e que já estão há muito tempo sem atualização do reforço, no caso do Brasil.

Veja abaixo quais são os principais efeitos colaterais que podem surgir com a bivalente.

*Quais são os efeitos colaterais mais comuns com a vacina bivalente?*

De modo geral, as vacinas atualizadas contra a ômicron mantêm o mesmo padrão de segurança que as formas monovalentes já autorizadas e utilizadas em bilhões de pessoas em todo o mundo.

As doses bivalentes foram analisadas e aprovadas por agências reguladoras em todo o mundo, que comprovaram a sua segurança e eficácia como reforço de vacina.

No Brasil, as vacinas bivalentes estão sendo aplicadas somente no público-alvo, que é de pessoas com mais de 60 anos e imunossuprimidos, nesta primeira etapa (acima de 70 em alguns locais, como na capital de São Paulo), e em gestantes, puérperas e profissionais da saúde nas próximas etapas.

Em geral, os efeitos mais comuns que foram reportados são dor no local da injeção, fadiga, dor de cabeça, dores no corpo (mialgia), febre e calafrios.

Tais efeitos também já foram reportados com os reforços das vacinas monovalentes e são considerados leves, com desaparecimento dos sintomas em até 24 horas.


Vídeo relacionadoCovid-19 Vacina bivalente começa a ser aplicada (Dailymotion)

Vacina bivalente da Pfizer começa a ser aplicada hoje

A orientação dos profissionais de saúde nos postos de vacinação é para monitorar a intensidade dos efeitos e, se necessário, a utilização de medicamentos analgésicos comuns para tratamento.

Outros efeitos colaterais menos comuns e considerados moderados a severos podem incluir miocardite (inflamação do miocárdio), pericardite (inflamação do pericárdio), dores no peito, falta de ar e arritmia.

É importante notar que esses efeitos foram extremamente raros, sendo reportados apenas cinco casos de miocardite e quatro de pericardite entre todos os mais de 22 milhões de vacinados nos EUA, ou menos de 0,0000025%.

Houve também a notificação de um evento adverso grave com um paciente que tomou a vacina bivalente junto com a de gripe e sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), mas a investigação conduzida pelo CDC concluiu que não houve relação do evento com a vacina.

*Por que devo receber a vacina bivalente?*

A vacina atualizada oferece uma proteção maior às subvariantes da ômicron atualmente em circulação. Essa proteção pode ser ainda mais eficaz em pessoas consideradas de maior grupo de risco, como pessoas imunossuprimidas, idosos, gestantes e puérperas.

As vacinas monovalentes, que foram utilizadas em toda a população acima de 12 anos, ainda continuam a ter uma alta eficácia de proteção contra hospitalização e óbitos, mas a proteção acaba diminuindo ao longo do tempo. Por isso, é importante receber os reforços de vacina a cada três a quatro meses, dizem os especialistas.

No caso dos mais idosos, mesmo com as vacinas monovalentes o risco de hospitalização ainda é maior do que em pessoas jovens e saudáveis, por isso a importância da atualização com a bivalente é fundamental.

*Existem contraindicações para receber a bivalente?*

Nos estudos clínicos e nas análises de uso em vida real das bivalentes, não foram encontrados riscos associados a receber o reforço bivalente que pudessem contraindicar a sua aplicação.

Também não há contraindicação de receber a vacina da Covid em conjunto com outras vacinas, como a da gripe. A atualização da vacinação com os reforços pode ser feita após quatro meses desde a última vacina aplicada.

*Caso eu não receba a bivalente agora, estou desprotegido da Covid?*

De maneira geral, o organismo das pessoas que receberam pelo menos três doses das vacinas contra Covid continua a oferecer proteção contra hospitalização e óbitos, embora a proteção contra infecção ou reinfecções (a possibilidade de ter uma nova infecção pelo vírus mais de uma vez) possa ser reduzida.

É importante ressaltar que as vacinas atualizadas oferecem uma maior proteção em relação aos anticorpos neutralizantes, que são aqueles desenhados para bloquear a entrada do vírus Sars-CoV-2 nas células do nosso corpo.

Dessa forma, um novo reforço recupera os níveis de anticorpos neutralizantes, que têm um decaimento natural ao longo do tempo e podem ser afetados pelas mutações encontradas nas novas variantes.

Mas existe um outro tipo de proteção induzida pelo nosso sistema imune que é a imunidade celular, produzida por linfócitos ou células T. Estas células estão envolvidas na construção do sistema imune de memória e são rapidamente programadas para atacar o invasor quando ele entra no nosso organismo.

Os especialistas afirmam que a proteção dessas células têm uma duração maior, capaz inclusive de responder às novas formas do vírus em circulação, uma vez que ela tende a ser menos específica em relação às mutações que podem surgir.


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