Fortes chuvas provocaram alagamentos, estragos e deixaram ao menos 24 vítimas no litoral de São Paulo. De acordo com o governo do estado, 228 pessoas estão desalojadas e 338 permanecem desabrigadas.
Em boletim atualizado às 18h deste domingo, o governo do estado confirmou 19 mortes. À CNN, o prefeito de São Sebastião, confirmou que o número de óbitos na cidade subiu para 23. Com a morte de uma menina de sete anos em Ubatuba, confirmada pelo Corpo de Bombeiros anteriormente, o total de vítimas chega a 24.
O coordenador da Defesa Civil do estado, coronel Henguel Ricardo Pereira, acompanha as ações de atendimento aos desabrigados e desalojados pelas chuvas. Seis equipes da Defesa Civil estadual atuam de forma suplementar nos municípios afetados.
Uma criança de dois anos, que estava soterrada na região da Vila Sahy, na cidade de São Sebastião, uma das mais atingidas pelos temporais, foi resgatada pelas equipes do Comando de Aviação João Negrão e do Corpo de Bombeiros. A criança foi transportada para o Hospital Regional do Litoral Norte.
A Defesa Civil do estado recomendou que a população evite o deslocamento para o litoral Norte até que a situação esteja normalizada.
O governador Tarcísio de Freitas decretou estado de calamidade pública para as cidades de Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Bertioga, que foram impactadas pelas fortes chuvas que atingiram a região.
O temporal causou pontos de alagamento e deslizamentos. Algumas vias de acesso à região estão interditadas devido à queda de barreiras.
Reforços
Após solicitação do governador de São Paulo o exército autorizou o emprego de tropas e meios do Comando Militar do Sudeste nas ações de suporte às vítimas das chuvas.
As forças armadas disponibilizaram duas aeronaves, um HM-1 Pantera e um HM-4 Jaguar, com as respectivas equipes de busca e salvamento. Técnicos do batalhão de Engenharia de Pindamonhangaba atuarão nos trabalhos de resgate de desobstrução da BR-101.
Policiais militares do Corpo de Bombeiros atuam neste domingo nas áreas afetadas pelas chuvas em São Sebastião e Ubatuba, litoral norte de São Paulo. São 104 homens, sendo 64 da região e 40 da cidade de São Paulo.
As equipes contam com 17 viaturas e com o apoio de sete helicópteros Águia. O temporal causou pontos de alagamento e deslizamentos em ambos os municípios. Algumas vias de acesso à região estão interditadas devido à queda de barreiras.
Primeiros registros de óbito pelo Corpo de Bombeiros
Os primeiros registros de vítimas das fortes chuvas foram feitos anteriormente pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo.
Os bombeiros haviam confirmado a morte de três pessoas: uma menina de sete anos em Ubatuba, no bairro Estufa; um homem de 30 anos e um bebê de nove meses, no morro do Esquimó e em Camburi, respectivamente, na cidade de São Sebastião.
A prefeitura de São Sebastião registrou ainda a morte de uma mulher de 35 anos, Fabiana de Freitas Sá, devido às fortes chuvas. A quarta morte não foi contabilizada pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo.
Fabiana era coordenadora do Programa Criança Feliz, projeto do governo federal, vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social (Sedes). O prefeito Felipe Augusto decretou estado de calamidade pública na cidade.
De acordo com a prefeitura, vistorias e atendimentos de ocorrências seguem sendo feitas pelas equipes da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros por todo município. Já foram constatados diversos desabamentos de casas e encostas. Até o momento foram registrados cerca de 20 pontos de interdição nas vias públicas de São Sebastião.
Estradas
De acordo com o governo do estado, as ações para a desobstrução de rodovias atingidas pelas fortes chuvas seguem em andamento.
A Rodovia SP-055 registrou desobstrução parcial do tráfego nos seguintes trechos que estavam com bloqueio total:
Já no litoral norte, onde está localizada a cidade de Ubatuba, o acumulado de chuva pode chegar a 250 mm. Na Barra do Una, Juquehy, Cambury e Boiçucanga choveu mais de 400 milímetros só na madrugada deste domingo (19), em um período de quatro horas. Há estações em que os volumes ultrapassam 600 milímetros em 24 horas.
(Com informações de Daniel Fernandes e Fabrício Julião)