Ao longo do discurso, Lula abordou em diversos momentos os desafios da desigualdade e a necessidade de combatê-la, em um momento em que a extrema pobreza volta a crescer. O presidente se emocionou ao falar sobre o tema e chegou a interromper o discurso em lágrimas. Lula defendeu que é “urgente e necessária a formação de uma frente ampla contra a desigualdade”.
— A desigualdade apequena este nosso país de dimensões continentais ao dividi-lo em partes que não se reconhecem. De um lado, uma parcela que tudo tem, de outro uma multidão a quem tudo falta, e uma classe média que vem empobrecendo ano a ano graças às injustiças do governo. — afirmou o presidente. — Se queremos construir hoje nosso futuro, viver em um país plenamente desenvolvido para todos e todas, não pode haver lugar para tanta desigualdade.
— É inadmissível que (as mulheres) continuem a receber salários inferiores aos dos homens quando no exercício de uma mesma função. Elas precisam conquistar cada vez mais espaço nas instâncias decisórias desse país. Devem ser o que quiserem ser, estar onde quiserem estar, por isso estamos trazendo de volta o Ministério das Mulheres. Foi para combater a desigualdade e suas sequelas que vencemos a eleição, e esta será a grande marca do nosso governo — disse Lula.
Lula iniciou seu discurso no parlatório, diante de dezenas de milhares de apoiadores, fazendo referência ao período em que esteve preso na superintendência da Polícia Federal em Curitiba, entre 2018 e 2019. O presidente repetiu uma saudação feita por apoiadores que ficavam acampados no entorno da PF, no movimento denominado “vigília Lula Livre”, e agradeceu a seus eleitores antes de referir-se ao conjunto mais amplo da população.
Lula chora ao falar de miséria em discurso para o povo - Jornal O Globo