Como não conseguiu ultrapassar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto, o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, buscou uma nova “bala de prata”: passou a tumultuar o processo eleitoral a quatro dias do segundo turno.
Segundo informações da jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, o Bolsonaro que convocou a entrevista coletiva na noite de quarta-feira (26) foi um presidente diferente do que apareceu para falar. Isso porque ele cogitava propor o adiamento da eleição.
No entanto, aliados políticos o aconselharam a “ter calma”. Além disso, deixaram claro que se Bolsonaro fizesse essa proposta de perdedor, seria por sua conta e risco —não teria apoio de ninguém.
A entrevista do mandatário foi uma reação à decisão do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de negar pedido da campanha para investigar a acusação de desfavorecimento em inserções por emissoras de rádios.
O ministro da Justiça, Anderson Torres, foi o único que ficou ao lado do presidente durante o pronunciamento.
De acordo com Andréia Sadi, os demais políticos e ministros chamados não quiseram sair numa foto às vésperas da eleição com um presidente em vídeo e som patrocinando um golpe.
Ao ver que estava sozinho, Bolsonaro recuou. Para um aliado, o discurso “podia ser pior”.
Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) já foram informados pela campanha jurídica de Bolsonaro de que, se ele perder a eleição domingo, ele vai tentar impugnar o resultado.