Alagoas registra um aumento alarmante nos casos das chamadas arboviroses, isto é, doenças causadas pelos vírus transmitidos por picada de mosquitos. Os casos de dengue, chikungunya e zika aumentaram 674%, 1.992% e 298% respectivamente, segundo dados do Sistema de Informação de Notificação de Agravos do Ministério da Saúde (Sinan/MS).
O maior crescimento das arboviroses em Alagoas é evidenciado nos números da chikungunya, que entre janeiro e julho já somam 7.032 casos, com um óbito registrado no mês de fevereiro, um acréscimo de 1.992% em relação ao ano anterior. No ano de 2021 foram 336 casos e nenhum óbito notificado no estado.
Com relação aos casos de dengue, conforme o Sinan, em 2022 foram 29.994 registros e dois óbitos decorrentes da doença. Em todo o ano de 2021, foram contabilizados 3.874 casos de dengue e dois óbitos, o que representa o aumento de 674% de um ano para o outro.
Já os casos de Zika nos sete primeiros meses de 2022 somam um total de 793, um aumento de 298% em relação a 2021, quando foram contabilizados 199 casos. Não há registro de óbitos nos últimos dois anos.
O aumento das arboviroses está diretamente associado à proliferação do mosquito Aedes aegypti e a forma mais efetiva de prevenir as doenças é evitar água parada, ambiente propício para a reprodução do mosquito vetor.
"O mosquito gosta basicamente de água limpa e parada. A calha do telhado e a geladeira mais antiga, com recipiente embaixo, por exemplo, são lugares propícios para o mosquito colocar ovos. Essas doenças, de tempos em tempos, aumentam o número de casos. As pessoas descuidaram um pouquinho por conta da Covid-19. Mas é importante correr atrás para identificar e eliminar os criadouros para acabar com esses mosquitos", orientou o infectologista Fernando Maia, em entrevista ao programa Fique Alerta, da TV Pajuçara/ Record TV.
Além de transmitidas pelo mesmo vetor, dengue, chikungunya e zika podem provocar febre, dor e manchas pelo corpo. A diferenciação do tipo de infecção, no entanto, é realizada pela identificação dos sintomas do paciente e investigação laboral. "É comum que pacientes fiquem com dores articulares após o período da doença, principalmente os que não fizeram repouso na fase inicial", acrescentou o médico.