Uma moradora do imóvel onde residia o casal Maria Aparecida Bezerra, 54, e Alisson Bezerra da Silva, 44, no bairro Antares, em Maceió, prestou depoimento à Polícia Civil de Alagoas nessa segunda-feira, 25, e trouxe novos detalhes do relacionamento de marido e mulher que terminou com o crime de feminicídio ocorrido no último dia 21. Maria Aparecida, que trabalhava como advogada, foi assassinada a facadas por Alisson dentro da residência. Em seguida, o homem tentou cometer suicídio com golpes de arma branca, mas sobreviveu.
De acordo com o delegado Rodrigo Sarmento, a última testemunha a depor trabalha como cuidadora de idosos e acompanha diariamente a mãe de Maria Aparecida, no térreo da casa, enquanto o casal residia no 2º andar. Ela disse ter presenciado o relacionamento abusivo, com ameaças e agressões físicas praticadas pelo homem. A cuidadora também revelou que Alisson tentou tirar a própria vida uma semana antes.
"Ela relatou o que muitos já falavam. A relação entre os dois era conflituosa. Ela sofria agressões dele, mas nunca o denunciou, pois prezava pela união familiar", iniciou o delegado.
"A cuidadora também disse que o marido atribuía à esposa o momento difícil que passava, muito pelo fato de a vítima ter comentado sobre a depressão dele com outras pessoas. Então ele não aceitava. Enquanto ela tentava fazer o melhor para ele, o autor não entendia dessa forma e dizia que ela tinha acabado com a vida dele", comentou o Sarmento.
Em depressão, Alisson teria tomado uma grande quantidade de medicamentos para tentar se matar na semana que antecedeu o crime. "Ele foi socorrido pela vítima e levado ao hospital. Conseguiu se recuperar e voltar para casa. Mas, dias depois, ocorreu o crime", acrescentou.
Com o depoimento da cuidadora, o delegado confirmou que está prestes a concluir o inquérito do feminicídio para encaminhá-lo à Justiça. "Acredito que o inquérito será encaminhado ainda nesta semana, não temos mais diligências a fazer e o caso está esclarecido", destacou.