Onde se lê: para evitar trazer conotação eleitoral ao encontro, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República proibiu a divulgação de um vídeo no qual Bolsonaro conversa em Brasília com um irmão bolsonarista de Marcelo Arruda, o tesoureiro do PT assassinado por um policial bolsonarista em Foz do Iguaçu;
Leia-se: a divulgação do vídeo foi proibida porque pegou mal para Bolsonaro o que ele disse antes e fez depois da morte de Arruda. Antes, sugeriu que fora um crime comum; em seguida, descobriu que dois irmãos de Arruda são bolsonaristas, telefonou para eles solidário, e os convidou a conceder uma entrevista em Brasília.
Não telefonou para a mulher e os filhos de Arruda. E ainda tentou jogar nas costas da esquerda a culpa pelo crime. Lula acusou-o de tirar proveito eleitoral do episódio. Bolsonaro imaginou que os irmãos bolsonaristas de Arruda sairiam em sua defesa. Como isso não ocorreu, foi convencido por assessores a cancelar a entrevista.
Às vésperas do lançamento no Rio de sua candidatura à reeleição, Bolsonaro está orientado a abordar só assuntos positivos, do tipo Auxílio Emergencial, vale-caminhoneiro, gasolina mais barata, seu amor incondicional pelas mulheres, coisas assim. A dúvida dos que o cercam é sobre se ele conseguirá fazer o dever de casa.
Nada de ataques às urnas eletrônicas e ao sistema de apuração de votos, por exemplo; nada de ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal; se possível, ignorar as críticas que Lula lhe tem feito para não dizerem que passou recibo. Está liberado para falar do comunismo que ameaça o Brasil, e de Deus, desde que a favor.