Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram, nessa terça-feira (16), a variante brasileira do coronavírus em duas pacientes mulheres do estado de Alagoas, sendo uma de 36 anos e a outra de 64. Elas são de Viçosa e Anadia, respectivamente, mas apenas uma tem histórico de viagem para Amazonas, estado onde se originou a variante.
Após a confirmação quanto à ocorrência da nova variante brasileira do SARS-CoV2, surgida no estado do Amazonas, o Ministério da Saúde (MS) orientou que amostras biológicas dos casos suspeitos de Covid-19 entre indivíduos com histórico de viagem a locais onde a mutação tenha sido identificada fossem submetidas ao sequenciamento genético, a fim de monitorar sua circulação no território nacional.
Paralelamente, orientou-se aos estados o envio sistemático e aleatório de amostras positivas para o SARS-CoV-2 à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para a realização de sequenciamento genético, de modo a monitorar as variantes virais circulantes no país. Assim, amostras vêm sendo enviadas, conforme orientação, à Rede de Laboratórios de Saúde Pública do país, da qual o Lacen-AL faz parte, e segundo preconiza o Ministério da Saúde.
Na terça-feira, o laboratório de referência nacional (Laboratório de Viroses Respiratórias e Sarampo, da Fiocruz-RJ) respondeu a demanda da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), originada no LACEN e CIEVS, com a confirmação da identificação da nova variante em dois residentes de Alagoas.
Histórico das pacientes
A primeira paciente, de 36 anos, residente do município de Viçosa, interior de Alagoas, tem histórico de viagem para Manaus, no Amazonas, no dia 22 de janeiro, onde permaneceu por quatro dias.
No local, teve contato com familiares com quadro gripal, entretanto sem confirmação laboratorial para Covid-19. No dia 25 de janeiro, apresentou dispneia e tosse. Retornou para Alagoas em 26 de janeiro.
Por sua vez, em 29 do mesmo mês, a coordenação de Vigilância Epidemiológica de Viçosa informou quanto à suspeita clínica do caso, sendo realizada coleta para pesquisa de SARS-CoV-2 por RT-PCR, ocasião em que se confirmou a infecção pelo novo coronavírus.
Foi orientado, em seguida, o isolamento domiciliar do caso e de seu contato. A investigação epidemiológica evidencia se tratar de caso alóctone (importado).
Já a outra paciente, de 64 anos, de Anadia, não tem histórico de viagem ou contato com alguém vindo do Amazonas ou qualquer outra Unidade da Federação. Teve início dos sintomas no dia 19 de janeiro, apresentando tosse, coriza, mialgia e moleza. No dia 25 de janeiro, realizou-se a coleta para pesquisa de SARS-CoV-2 por RT-PCR, que confirmou a infecção. A investigação epidemiológica também indica se tratar de caso autóctone.
Pacientes do Amazonas em AL
A Sesau esclareceu que, mesmo tendo recebido pacientes oriundos do Amazonas para assistência junto ao Hospital da Mulher Dra. Nise da Silveira, ao Hospital Metropolitano e ao Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes, durante a investigação minuciosamente realizada,não foi constatado, em nenhum dos dois casos, nexo epidemiológico com o recebimento de tais pacientes no território alagoano.
O secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, concede entrevista à imprensa às 11h30 desta quinta-feira (18), na sede da Sesau, no Jaraguá, para apresentar informações sobre a nova variante do Sars-Cov2 (P1).