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23/04/2022 às 21h13min - Atualizada em 23/04/2022 às 21h13min

Dia Mundial do Livro: Educação relembra ações realizadas em Maceió em homenagem à data

Diversas atividades pedagógicas ajudaram na interação entre os professores e alunos, além de melhorar o processo ensino-aprendizagem

Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed
https://maceio.al.gov.br/
Estudantes da Escola Municipal Silvestre Péricles, no Pontal da Barra, celebram o hábito da leitura. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed

O Dia Mundial do Livro é comemorado neste sábado (23) com muita celebração e recomeços ao redor do mundo e no Brasil. Isso porque estão sendo desenvolvidas ações presenciais nas escolas, após dois anos de pandemia, que auxiliam no desempenho do aluno e que incentivam o gosto pela leitura. Em Maceió, as unidades escolares, professores e diversos setores da Secretaria Municipal de Educação (Semed) têm estimulado o hábito de ler por meio de projetos sociais.

O projeto Biblioteca Móvel é uma dessas ações implantadas no Município com carinho e atenção de todos, tanto na comunidade quanto na rede em si. Através dessa ação, diversos alunos da educação infantil, ensino fundamental e de Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) conseguiram aperfeiçoar a escrita e a forma de ver o mundo.

Ônibus do projeto Biblioteca Móvel auxilia crianças e adolescentes no ensino-aprendizagem. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed

Ônibus do projeto Biblioteca Móvel auxilia crianças e adolescentes no ensino-aprendizagem. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed


Ônibus do projeto Biblioteca Móvel auxilia crianças e adolescentes no ensino-aprendizagem. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed

A ação itinerante é realizada através de um ônibus que fica estacionado em frente às escolas municipais. O Biblioteca Móvel retornou com as atividades no primeiro semestre de 2022, com contação de histórias em frente à Escola Arnon de Melo, no Jacintinho, na terça-feira (19).

O local é colorido, aconchegante, com almofadas no chão e decoração chamativa, com livros sobre diversos assuntos, que vão do conto de fada ao infanto-juvenil, Histórias em Quadrinhos (HQs) e clássicos da literatura. Além desses, existem livros em braille e para leitores com baixa visão. Cerca de 750 obras compõem o acervo. Dentro do ônibus também são apresentadas contações de histórias por uma equipe de técnicas e artistas da Semed.

Participação da equipe do Biblioteca Móvel, por meio da contação de histórias, em diferentes pontos de Maceió. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed

Outra ação implantada pela Prefeitura de Maceió, por meio da Semed, foi a 1ª Olimpíada de Língua Portuguesa (OLP), que conta com mais de 6 mil estudantes disputando premiações da competição. Os alunos concorrem com textos dentro dos gêneros poesia, memórias literárias e crônicas, sobre o tema 'Maceió: um olhar para a cultura local'. Este ano a OLP homenageia o poeta e escritor Lêdo Ivo, que publicou livros altamente qualificados e comentados em Alagoas e fora do estado, como 'Ninho de Cobras' e 'Confissões de um Poeta'.

Além dos projetos já citados, há também o Sarau Cultural, que leva às comunidades e aos estudantes da rede municipal de ensino um momento de descontração e criação de poemas, como também a apresentação oral dos textos. Essa ação foi realizada durante a pandemia pela equipe da biblioteca Carlos Moliterno, da Semed, e tem previsão de retorno para maio deste ano, agora de forma presencial.

Contação de histórias e atividades inclusivas animam estudantes das escolas municipais. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed

Aurélio Lins é bibliotecário e responsável pelo Setor Rede de Bibliotecas/BCM. Ele acompanha todas as ações desenvolvidas pelo setor na rede municipal e, junto a uma equipe, orienta os outros setores quando realizam projetos de cunho literário na comunidade. Para ele, a cultura da leitura deve ser estimulada desde a infância.

"Eu, como bibliotecário, reconheço a importância do incentivo à leitura, principalmente, em relação às crianças e seus desenvolvimentos, porque a gente sabe que a leitura é uma ferramenta de ascensão social e de construção de cidadania das crianças. A criança com leitura vai ter facilidade pra escrever e produzir. É necessário incentivar desde pequeno a cultura de leitura", afirma o responsável pelo Setor Rede de Bibliotecas/BCM, Aurélio Xavier Lins.


Bibliotecário e responsável pelo setor de bibliotecas, Aurélio Xavier Lins. Foto: cortesia

"A leitura estimula a imaginação, enriquece o vocabulário, aprimora o senso crítico, contribui com o processo de escrita e aquisição do conhecimento. O incentivo à leitura é uma ferramenta de superação, essencial para construção de uma formação cidadã", conclui o bibliotecário.

O projeto 'Vamos construir uma biblioteca em casa?', iniciativa também promovida pela Biblioteca Carlos Moliterno, protagonizou um dos momentos mais únicos para a rede municipal de ensino, que foi estimular os estudantes a ter mais interação com a literatura e a construção de uma biblioteca dentro de suas casas, já que não podiam sair por causa do coronavírus.

Diretora de Gestão Educacional da Semed, Tânia Almeida. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed

A diretora de Gestão Educacional da secretaria, Tânia Almeida, reconhece que a pasta promoveu ações que motivaram o aluno nos hábitos da leitura e da escrita.

"Têm muitas crianças que só têm a escola como referência, como um ambiente letrado. Porque é a única oportunidade, a chance que a criança tem. Já tivemos muitos projetos de leitura anteriores. A leitura tem a capacidade de ampliar o universo cultural dos alunos e torná-los leitores fluentes, leitores proficientes, para terem no seu dia a dia práticas de leituras, socializar essas práticas. As ações têm o objetivo de estimular o encantamento pelo livro", diz Tânia.

Estudantes e a leitura

O livro abre portas para inúmeros acontecimentos, sejam eles reais ou fictícios/imaginários. Ele tem o poder de acionar a criatividade no estudante e promover a integração do aluno ao meio social e político. Tendo em vista essas questões, o setor da EJAI tem realizado projetos e atividades que auxiliam no letramento de estudantes que não tiveram a oportunidade de estudar na infância.




Alunos da Educação de Jovens, Adultos e Idosos realizam atividades referentes ao incentivo à leitura. Fotos: cortesia

O coordenador da EJAI, Ricardo Almeida, conta que são realizados projetos dentro das salas de aula utilizando primeiramente materiais do cotidiano, como uma forma de iniciar o aprendizado na leitura.

"Eu sinto uma ausência desse gosto pela leitura entre os alunos da EJAI, justamente porque não tiveram essa oportunidade na idade certa. A gente realiza trabalhos que utilizam materiais do cotidiano e também literários, como gibis, bula de remédio, encartes, para começar essa cultura de leitura, e só depois começamos a utilizar o livro como o principal instrumento", revela o coordenador.

O coordenador disse, ainda, que há também um projeto de Cultura e Identidade, que tem como objetivo levar autores de Maceió para as salas de aula e fazer com que os alunos os conheçam, bem como suas produções literárias.

Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, os educadores também têm feito dinâmicas inclusivas, brincadeiras lúdicas e jogos diversos para estimular o letramento das crianças e adolescentes.

A coordenadora geral de Educação Infantil, Patrícia Siqueira, enfatiza que este ano houve um projeto para rede chamado 'A Cultura Popular e a criança na educação infantil', que teve como objetivo contribuir para ampliação do campo epistêmico da Cultura Popular nesta etapa educacional.

"O projeto assume o desafio de promover ações onde a Cultura Popular esteja aliançada em um processo no contexto de interações e brincadeiras nos espaços de nossas instituições educacionais. Ao escutar uma história, ver as imagens, assistir vídeos, as crianças criam enredos e consequentemente um repertório linguístico, aprendendo a diferenciar os gêneros textuais, se constituindo leitores e produtores de textos naturalmente. É nas brincadeiras que as crianças, apoiadas na oralidade constroem enredos, criam narrativas a partir da relação com os adultos, as outras crianças, com os objetos e os espaços", observa a coordenadora.

A técnica pedagógica da Coordenadoria Geral de Ensino Fundamental (CGEF), Laudiceia Souza, acompanha as ações nas escolas municipais e explica que os projetos de leitura são desenvolvidos para a interação entre alunos e professores.

"Realizamos ações voltadas para a leitura, como a OLP e o Projeto Escritores. As escolas normalmente elaboram e desenvolvem projetos de leitura, através dos quais elas desenvolvem práticas de leitura pelos professores e pelos estudantes com o propósito de incentivar o interesse pela leitura e contribuir para a formação de leitores", diz a técnica.

Estudante da escola municipal Jaime Amorim Miranda, Pâmela Meirelles. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed

Estudante da escola municipal Jaime Amorim Miranda, Pâmela Meirelles. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed


Estudante da escola municipal Jaime Amorim Miranda, Pâmela Meirelles. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed

Com o auxílio e o suporte da Educação e de seus servidores, muitos alunos conseguem construir seus próprios projetos de escrita. Uma delas é a Pâmela Meirelles, estudante da Escola Municipal Jaime Amorim Miranda, localizada no Tabuleiro do Martins. Pâmela conta que a leitura a deixa mais calma e utiliza os seus benefícios para criar um livro.

"Leitura para mim é uma forma de escapar de coisas muito ruins do mundo, de se acalmar. A gente imagina outros mundos pelo livro. É um passatempo bem legal, gosto de romances, contos de fadas", pontua a estudante.

Aluno Paulo Victor, 13 anos, acredita que a leitura o motiva a aprender mais sobre as coisas do mundo. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed

Aluno Paulo Victor, 13 anos, acredita que a leitura o motiva a aprender mais sobre as coisas do mundo. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed


Aluno Paulo Victor, 13 anos, acredita que a leitura o motiva a aprender mais sobre as coisas do mundo. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed

Já Paulo Victor, 13 anos, estudante do 8º ano da Escola Municipal Arnon de Melo, localizada no Jacintinho, enfatiza que a leitura o motiva a aprender mais sobre as coisas do mundo.

"A importância da leitura é que a gente aprende mais coisas, a gente sabe muito mais na idade porque todo mundo precisa estimular mais a cabeça lendo. Costumo ler e gosto disso. Gosto de ler chapeuzinho vermelho, Pitter Pan, Os Três Porquinhos", destaca Paulo.

A professora da rede municipal, Rosane Correia, vê as ações de leitura como instrumentos para a inserção dos alunos no cotidiano, nas questões sociais e políticas.

"Estamos trabalhando bastante a biografia, a memória, dentro da sala de aula. A prática de leitura e escrita com os alunos é um trabalho antigo meu e a didática é muito prazerosa. Há aluno que não tem o costume de ler porque ele vê a leitura como algo árduo, pesado. Mas com o passar do tempo e da didática, eles vão conseguindo se abrir para o mundo do livro. Tenho alunos altamente politizados porque trabalhamos com questões sociais, do dia a dia", diz a professora.

Os cantinhos da leitura é outra estratégia utilizada nas escolas da rede municipal. São espaços localizados dentro das salas de aula que têm o propósito de desenvolver o gosto pela leitura e a interação entre os próprios alunos.

Feiras literárias

O sucesso das atividades no campo da leitura, da Prefeitura, se deu também pela execução de feiras literárias, a exemplo da FliPontal, que ocorreu no bairro Pontal da Barra. Foram instaladas tendas com atividades lúdicas para as crianças. Além da contação de histórias, foram realizadas palestras com autoridades e intelectuais da literatura e do direito. A feira ocorreu do dia 30 de março ao dia 1º de abril deste ano dentro e ao redor da Escola Municipal Silvestre Péricles. Autores como Jorge Calheiros e Carlito Lima estiveram presentes no evento.

Flipontal contou com contações de histórias e atividades lúdicas na programação. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed

Flipontal contou com contações de histórias e atividades lúdicas na programação. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed


Flipontal contou com contações de histórias e atividades lúdicas na programação. Foto: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed

Técnicos, coordenadores, professores, artistas e educadores se uniram inteiramente para o projeto, com o objetivo de integrar os alunos das comunidades em situação de vulnerabilidade no mundo mágico do livro e das suas histórias. Musicalização, atividade prática sobre educação ambiental, oficinas de literatura, chá da manhã com os pequenos e shows musicais compuseram a programação da feira.

Ainda estão previstas para serem realizadas durante o ano mais sete feiras literárias, como a Flivergel. A Feira Literária do Vergel do Lago está programada para acontecer no final deste mês.

Publicações de livros e oficinas de literatura

Servidores da secretaria também participam desse enredo criativo e imaginativo da literatura. Foi por meio do resgate da memória no interior e suas tradições, que o escritor e comunicador, João de Oliveira Filho, publicou o livro 'Memórias de um menino do interior'. A obra foi publicada em 2021 e teve como base crônicas sobre a infância do autor, quando residia no município de Chã Preta.

Várias oficinas também estão sendo realizadas para a preparação do aluno para a OLP, com os autores alagoanos, João de Oliveira e Emanuel Galvão, que têm diversos livros de poemas publicados e ampla experiência na literatura.


Uma das autoras do livro sobre educação especializada para alunos com deficiência intelectual, Tarciana Damato. Fotos: Jamerson Soares (estagiário)/Ascom Semed

Três docentes da rede municipal de ensino também conseguiram publicar um livro acadêmico sobre a educação especializada para estudantes com deficiência intelectual. Neiza de Lourdes, Tarciana Angélica Damato e Soraya Guimarães organizaram artigos sobre o assunto com o intuito de desmistificar a pedagogia utilizada em alunos com deficiência intelectual.

"O objetivo do livro é fazer com que professores e professoras, não somente o pessoal do magistério, tenha uma visão em torno do aluno com deficiência intelectual, e que eles possam auxiliar e dar apoio dentro dessa prática pedagógica", explica a professora, Tarciana Damato.


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