A obesidade é uma doença crônica que pode desencadear uma série de outras doenças, como diabetes, hipertensão, AVC e, até mesmo, câncer.
Apesar de ser considerada uma doença, muitas pessoas não sabem disso ou simplesmente não respeitam quem tem obesidade. Por isso, é comum que a pessoa receba olhares de desaprovação, comentários maldosos, críticas destrutivas e bullying. De forma generalizada e sem embasamento algum, estas pessoas levam o estereótipo de preguiçosas, indisciplinadas e que não têm força de vontade. O preconceito pode surgir em diversos ambientes, como na escola, no trabalho, entre amigos, familiares, profissionais da saúde e sociedade em geral. A desvalorização social e a depreciação podem não apenas atrasar a busca por ajuda médica, como comprometer a saúde mental dessas pessoas.
De acordo com a Declaração Conjunta de Consenso Internacional, publicada em março de 2020 pela Nature Medicine e assinada por mais de 100 instituições em todo o mundo, o preconceito contra a obesidade leva à marginalização em grupos sociais, compromete a saúde, dificulta o acesso das pessoas ao mercado de trabalho e tratamentos adequados, afeta as relações sociais e a saúde mental.
Ainda segundo a publicação, entre 19% e 42% dos adultos com obesidade sofrem com a discriminação. Crianças e adolescentes com sobrepeso ou obesidade são mais suscetíveis a sofrer bullying e, com isso, podem apresentar dificuldades de socialização, desenvolver ansiedade e depressão, isolamento, baixa autoestima, compulsão alimentar e estresse, quando comparados às crianças e adolescentes sem sobrepeso ou obesidade.
Dados publicados pelo Ministério da Saúde em junho de 2021 informam que mais de três milhões de crianças com menos de dez anos são impactadas pela obesidade no Brasil. Além disso, mais de seis milhões estão com sobrepeso.
É importante mudar a visão de que criança com sobrepeso é sinônimo de criança saudável. As chances desta criança se tornar um adulto com obesidade são de 80%. Oferecer o tratamento adequado é traçar um futuro mais saudável.
Também é fundamental mudar o olhar daqueles que, costumeiramente, discriminam as pessoas com obesidade, para que entendam que não se trata de falta de disciplina ou cuidados pessoais. A doença pode ser causada por diversos fatores, como genéticos, metabólicos, sociais e psicológicos, que estão fora do controle da pessoa com obesidade. Discriminar essas pessoas não contribui para que busquem ajuda médica, muito pelo contrário.
A população com sobrepeso ou obesidade merece respeito, acolhimento e tratamento adequado. De acordo com o Ministério da Saúde, mais da metade da população brasileira, 55,7%, está com sobrepeso. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a obesidade uma epidemia, um dos mais graves problemas de saúde que temos para enfrentar. Estima-se que, em 2025, 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estarão acima do peso.
Trata-se de ir além da conscientização da população. É importante que o estigma da obesidade não seja mais tolerável e que a cultura do preconceito acabe, para que as pessoas entendam que o único padrão que importa é o da saúde.
Junte-se ao movimento Saúde Não Se Pesa, criado em 2016 pela empresa global Novo Nordisk, e colabore com a conscientização sobre a obesidade e o sobrepeso, para que mais pessoas alcancem o bem-estar físico, mental e social.