Todos os anos, crianças, gestantes, idosos, profissionais de saúde e outras pessoas que integram o público alvo da vacina contra a influenza, precisam se dirigir aos postos de saúde para receber a dose de imunização.
Com dois, quatro e seis meses de vida, o bebê precisa tomar as doses da vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria haemophilus influenza tipo b.
E, desde o ano passado, está preconizado que adolescentes e adultos precisam tomar três doses da vacina contra o coronavírus para garantir a proteção contra a covid-19.
A medida está aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, assim como ocorre com os demais imunizantes que fazem parte do calendário de vacinação do brasileiro, cada um com a sua forma específica de aplicação, seguir a recomendação dos especialistas é garantir a devida proteção do organismo contra doenças.
Para o médico Renee Oliveira, infectologista do PAM Salgadinho, não se trata apenas de um reforço e é essencial para controlar a disseminação da Covid-19. "Tomar a terceira dose do imunizante contra o coronavírus contribui para reduzir os riscos de morte e de quadros graves da doença", complementa.
“Já está clara a necessidade da realização da terceira dose. Ela está indicada para adultos, provavelmente o faremos também para as idades menores, mas nas idades mais avançadas, principalmente os mais idosos, ela é obrigatória. Muito provavelmente, os mais velhinhos vão precisar da quarta dose, assim como os imunossuprimidos”, afirma.
A terceira dose é também uma proteção contra o surgimento de novas variantes do vírus. De acordo com o especialista, a probabilidade de que elas apareçam é grande e, sem a imunização completa, a vulnerabilidade do organismo aumenta.
“O vírus não vai desaparecer, vai permanecer no nosso cotidiano, por meio das novas variantes. A pessoa sem o ciclo vacinal completo vai correr um risco muito maior de desenvolver quadros graves, de necessitar de internação, e de morte. Quem ainda não tomou as três doses precisa fazer isso o mais rápido possível. É uma forma de proteção, não só individual, mas também do ponto de vista coletivo”, defende.
Maceió tem quase 40 pontos de vacinação
O número de pessoas com a imunização completa em Maceió mostra que ainda há uma desatenção da população sobre a importância de tomar as três doses. Enquanto o índice de adultos e adolescentes que receberam a primeira dose passa de 90% e os que receberam duas doses são mais de 80%, o total desse público com a imunização completa é de pouco mais de 30%.
Para o secretário executivo do Gabinete do Prefeito, Claydson Moura, coordenador da vacinação contra a covid-19 em Maceió, a pandemia está sob controle graças a vacina. Por isso ele convoca a população a completar a imunização. Maceió tem hoje quase 40 pontos de vacinação.
“As pessoas têm que ter consciência da importância da terceira dose. A imunização, mesmo com a segunda dose, ainda não está completa. A ciência provou a eficiência da vacina, a pandemia está sob controle, mas não terminou ainda. Por isso, se protejam, protejam suas famílias e busquem se vacinar. Todos os pontos instalados pela Prefeitura estão funcionando normalmente para receber a população”, reforça.
Uma, duas ou três doses
O infectologista Renne Oliveira explica por que a vacina contra a covid-19 precisa de três doses. Ele aponta que nas fases de teste, os imunizantes apresentam um desempenho e, a partir disso, os estudos mostram qual o melhor intervalo entre doses, se existe a necessidade de reforço e quantas doses de reforço.
“Algumas vacinas são mais potentes, estimulam o sistema imunológico a dar uma resposta intensa. Por exemplo, a vacina da rubéola. Outras estimulam o sistema imunológico de forma mais leve, por isso precisam de dose de reforço, para incentivar a produção de anticorpos e células de memória, e para que o nosso organismo venha funcionar a contento quando na presença de um agente infeccioso”, detalha.
No caso da vacina contra a covid-19, o objetivo é ainda potencializar a resposta imunológica contra as novas variantes. “Elas trazem algumas informações que às vezes auxiliam o vírus a escapar de todo o arcabouço de defesa do organismo. Quando se aplica a terceira dose, e está comprovado contra a ômicron, o nosso sistema imunológico fica muito mais robusto para lidar com esse novo invasor”, afirma.