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02/04/2021 às 18h00min - Atualizada em 02/04/2021 às 18h00min

Átila Vieira tinha uma história de vida, rara e quase desconhecida

Aplausos.

POR; RICARDO MOTA
TNH1

Eu não conheço em profundidade a vida do Átila Vieira, mas o que eu sei dele é suficiente para admirá-lo e lamentar, mais ainda, a sua morte.

Creio que tive o meu primeiro contato profissional com o jornalista que nos deixa ainda pela década de 1990. Então, Átila era muito jovem e já ajudava a tocar, com uma valentia doce e determinada, o Movimento de Meninos e Meninas de Ruas em Maceió.

Personagem raro, logo identifiquei.

Passei a acompanhá-lo, mesmo de longe, mas sempre buscando saber o que ele andava fazendo e como ia se virando.

Minha preocupação tinha fundamento: Átila havia sido alvo, e por mais de uma vez, de atentados criminosos, cometidos por gente que não aceitava que alguém se preocupasse e cuidasse de excluídos e marginalizados como se fossem irmãos de sangue, e justamente aqueles a quem parte da sociedade gostaria que não existissem, simplesmente.

Átila nunca deixou, e esse segredo ele leva com ele, que a sua coragem e sua determinação o abandonassem, assim como o seu sorriso (que está estampado na foto da matéria do TNH1 sobre a sua morte por Covid-19).

Já na década passada, via-o trabalhando com Heloísa Helena, de quem se tornara braço direito. Era o mesmo de sempre, firme e risonho.

Agora, perde Heloísa e perdemos nós, os alagoanos que acreditamos que uma boa causa social precisa de gente muito especial para enfrentá-la.

Era o caso do Átila, um sujeito muito maior do que aquilo que costumamos enxergar nas pessoas de alma larga, que carregam os sentimentos do mundo.


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