Identificar e tratar adequadamente os casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) são os objetivos do programa lançado nesta segunda-feira (23), pelo Governo de Alagoas, no Hospital Metropolitano, em Maceió. Com o "AVC dá Sinais", os alagoanos passarão a contar, de imediato, com quatro hospitais especializados e, até novembro, com dez unidades preparadas para atender os casos da doença, que é a segunda maior causa de mortes no Brasil, segundo o Ministério da Saúde (MS). A iniciativa é pioneira em todo o país tornando Alagoas o primeiro Estado a dispor de uma rede de cuidados específica para o problema.
Só no ano passado foram identificados 2.370 casos no Hospital Geral do Estado (HGE), que até então era a única unidade hospitalar de Alagoas a tratar esses pacientes. Agora, os hospitais Metropolitano, Regional da Mata, em União dos Palmares, e Hospital de Emergência do Agreste, em Arapiraca, também são referência na assistência aos acometidos por AVC. Além disso, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) estão capacitados para receber os pacientes como porta de entrada. Segundo o governador Renan Filho, a intenção é possibilitar o acesso de todos os alagoanos ao tratamento, com qualidade e agilidade.
"Antes do nosso governo não existia tratamento de AVC na rede pública de Alagoas e nós implantamos no HGE, salvando muitas vidas. Agora estamos ampliando a capilaridade do sistema, numa rede 100% conectada para que o cidadão seja atendido na hora da ocorrência. Esse é um programa inovador no Estado e que utiliza nossa nova rede de hospitais", disse o governador.
Para dar início ao programa "AVC dá Sinais" os hospitais de referência foram equipados com tomógrafos e os profissionais foram capacitados para identificar os primeiros sinais e tratar os pacientes com a maior rapidez possível. Isso porque o tempo é fundamental para tratar a doença. Quanto mais rápida a identificação do AVC e a intervenção correta da equipe médica, maiores são as chances de evitar sequelas e óbitos.
Para potencializar a assistência, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por meio de cooperação com empresa japonesa, vai utilizar o aplicativo Join de telemedicina, para agilizar a conduta médica e a transferência do paciente para o hospital de referência mais próximo. O embaixador do Japão no Brasil, Akira Yamada, e a presidente da World Stroke Organization (Organização Mundial do AVC), Sheila Ouriques, participaram da solenidade de lançamento do programa por videoconferência.
O secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, detalhou o fluxo de atendimento dos casos a partir de agora. "O que muda é que o acesso ao serviço vai ser mais ágil. Tanto nas UPAs quanto no SAMU o paciente será recebido, atendido adequadamente e encaminhado, por meio do aplicativo, para a unidade de referência mais próxima. Nossos médicos clínicos foram capacitados e estarão conectados com os neurologistas para que tenhamos um diagnóstico imediato. Inclusive o Estado adquiriu seis tomógrafos e a medicação indispensável ao tratamento, que, se aplicada em até quatro horas, pode evitar sequelas e mortes por AVC", explicou.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o AVC é uma das cinco principais doenças no mundo responsáveis por incapacidade. No país, são mais de 100 mil óbitos por ano em decorrência do problema. Por isso, o combate ao AVC é essencial para o aumento da expectativa e da qualidade de vida, como explica o coordenador da linha de cuidados em Alagoas, Matheus Pires. "É uma doença prevenível e os principais fatores de risco são o tabagismo, hipertensão, diabetes, sedentarismo, entre outros. Então se a população controlar essas doenças certamente teremos uma redução no número de AVC. O programa vem contribuir nesse sentido, não apenas proporcionando o tratamento no tempo correto, mas também atuando na orientação para prevenção da doença".
Felipe Brasil
Fique atento aos sintomas do AVC
Caso sejam identificados esses sintomas, o Samu (192) deve ser acionado imediatamente ou paciente pode se dirigir a uma UPA ou a um dos quatro hospitais de referência, considerados como porta de entrada.