Lugar de abrigo e apoio para mulheres, cis e trans alagoanas vítimas de violência doméstica e familiar, a Sala Lilás completa um ano de atendimento humanizado em socorro àquelas que procuram amparo e orientação. Ao longo período, a unidade situada no Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) realizou mais de 900 procedimentos de suporte jurídico, social e psicológico, prestou 229 acolhimentos e registrou 162 boletins de ocorrência.
Instalado em agosto de 2020, o serviço é oferecido por equipe multidisciplinar, com direito a advogado, psicóloga e assistente social. Por lá, também ocorrem envios de medida protetiva e encaminhamentos para o Instituto Médico Legal (IML), além do registro de Boletim de Ocorrência com o apoio da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança Pública.
“A Sala Lilás representa a proteção. É um refúgio para quem busca socorro e um guia na busca de mudança em uma vida de violência, de medo e de angústias. Nossas mulheres merecem ser recebidas com carinho, de forma compreensiva e paciente, para que consigam ter força para sair da situação de violência, quebrar esse ciclo e dar a volta por cima”, destaca Maria Silva, titular da Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh).
O CEAM também garante que o acompanhamento psicológico tenha continuidade por até seis meses, assegurando o bem-estar de cada uma das atendidas. Para a superintendente de Políticas para a Mulher da Semudh, Dilma Pinheiro, o acompanhamento de todas as fases – da denúncia até as consultas com a psicóloga – é essencial no processo de quebra e de libertação da vítima de violência. “Para que essa mulher se sinta segura, motivada e forte, para que não seja presa novamente em um relacionamento tóxico ou perigoso. É uma proteção que vai além”, explica a superintendente.
Atendimento
“No CEAM me senti segura. Abraçada”, conta Lídia*, uma das mulheres atendidas pela instituição, que buscou socorro por meio de amigos e foi direcionada para a Sala Lilás. “É difícil ter que relembrar todos os momentos de medo e aflição, a insegurança e o desespero em buscar ajuda e não conseguir retorno. Aqui, não. Aqui consegui forças e hoje sou outra pessoa”, completou. Um dos principais objetivos da implantação da Sala Lilás foi reduzir o constrangimento da mulher que acabou de ser vítima de violência, trazendo-a para um ambiente voltado especificamente para transmitir afeto e cuidado. Nesse sentido, a disseminação dos direitos da mulher continua sendo um passo essencial na conscientização da população, por meio da realização de campanhas, palestras e eventos dentro da temática, em cada canto de Alagoas.
Agosto Lilás 2021
A campanha educativa do Agosto Lilás foi instituída em Alagoas por meio da Lei nº 7.918, assinada pelo governador Renan Filho, no dia 15 agosto de 2017, em alusão à data de sanção da Lei Maria da Penha (Lei Federal nº 11.340, de 7 de agosto de 2006), que prevê ações e atividades como palestras, debates, encontros, panfletagens, eventos e seminários visando à divulgação da Lei Maria da Penha, da Rede de Atendimento à Mulher em Alagoas e os mecanismos de enfrentamento da violência contra a mulher em âmbito nacional.
Desde então, a Semudh tem realizado anualmente as campanhas do Agosto Lilás, em contato direto com as prefeituras dos 102 municípios de Alagoas, para realização das atividades previstas pelo Decreto. Em 2021, em função da pandemia causada pelo novo coronavírus, as ações serão adequadas para ficar de acordo com as medidas de isolamento social e prevenção da propagação do vírus. Para a solicitação de materiais ou promoção de palestras em conjunto com a Superintendência de Políticas para a Mulher da Semudh, o município ou instituição pode entrar em contato via e-mail (supermulher.al@hotmail.com).
Contato
O Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) está localizado na Rua Dr. Augusto Cardoso, s/n. no bairro da Jatiúca, com atendimento ao público disponível de segunda à sexta, das 8h às 17h. Qualquer dúvida pode ser sanada por contato pelos telefones (82) 3315-1740 e 98867-6434, ou através do e-mail central.mdhal@gmail.com.
Casos de violência doméstica também podem ser denunciados diretamente pelo Disque 180 da Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal. Em caso de flagrante, a Polícia Militar fará o atendimento pelo 190.
*nome fictício para proteger identidade da entrevistada