O ano de 2024 começou com aproximação entre parlamentares da bancada evangélica e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde a campanha eleitoral de 2022, Lula tem tentado conquistar este grupo, que, conforme mostram as pesquisas eleitorais do último pleito, não representa parte expressiva do eleitorado do petista.
O deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), também presente no encontro, afirmou que “não há nenhuma perseguição do governo em relação a lei”, e destacou que o ministro Fernando Haddad tem mostrado disposição em conversar com os parlamentares sobre o assunto.
Silas permanece na presidência da FPE até o início de fevereiro, mês em que o Legislativo retoma as atividades após o recesso. A partir do mês que vem, quem assume a presidência é o deputado Eli Borges (PL-TO).
Outro tema que deve ser alvo de debates entre o governo e evangélicos em 2024 é a proposta de emenda à Constituição (PEC) 5/23, de autoria do deputado Marcelo Crivella. Alvo de discussões, a PEC prevê a isenção de impostos de templos religiosos para a aquisição de bens “e serviços necessários à formação do patrimônio, à geração de renda e à prestação de serviços” e também de partidos políticos.
O texto foi aprovado na Comissão de Constituiçãoe Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados em setembro do ano passado, e contou com apoio de diversos partidos de esquerda — incluindo o PT de Lula.
Sob a relatoria da deputada Daniela do Waguinho (União-RJ), a PEC recebeu parecer favorável à aprovação. Agora, o texto será encaminhado para uma comissão especial e, se aprovado, seguirá para o plenário.
Segundo interlocutores da bancada evangélica, o tema será uma das prioridades dos parlamentares em 2024. Na sexta-feira, após o encontro com Haddad, Crivella também afirmou que tem conversado sobre o assunto com representantes do governo. De acordo com o parlamentar, a recepção tem sido favorável.
“Essa é a PEC 5, que consolida a imunidade dos templos religiosos. O governo tem interesse de que as igrejas se desenvolvam. O ministro Haddad e o governo são favoráveis à PEC”, afirmou.